Vale a pena estudar Medicina na UNEMAT? Esta é uma pergunta muito comum que os estudantes fazem ao ouvir falar sobre o Curso de Medicina da UNEMAT no campus de Cáceres, em Mato Grosso (MT). É uma decisão acertada estudar em um curso criado recentemente, com a primeira turma que ingressou em agosto de 2012, e que atravessou uma greve de 76 dias?
Para saber esta resposta, é preciso conhecer um pouco sobre como funciona a formação de um médico no Brasil. Em novembro de 2001, o Conselho Nacional de Educação, com homologação do MEC, divulgou as novas diretrizes curriculares do curso de Graduação em Medicina. A proposta prevê um médico com formação “generalista, humanista, crítica e reflexiva”.
Tais diretrizes estabelecem parâmetros para o projeto pedagógico do curso de Medicina. A proposta é de aprendizado centrado no aluno, com professor no papel de facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Essa proposta ganhou força ao longo de anos de discussão sobre o ensino da Medicina em diversos países.
Para se conhecer um pouco dessa história, até o século XV, o ensino na Europa era destinado aos religiosos. A separação entre religião e medicina veio com o Racionalismo, e, já no século XVIII, os hospitais passaram a ter fins terapêuticos. No século seguinte, chegavam ao Brasil os primeiros médicos, formados na Universidade de Coimbra, em Portugal. O primeiro curso de Medicina no país foi criado na Bahia em 1808, após a chegada da família imperial. Em seguida, surgiu a faculdade do Rio de Janeiro.
A necessidade de reforma curricular foi apontada pela primeira vez por Flexner, em 1910, nos Estados Unidos, e por Osler, em 1913, no Reino Unido. Desde então, várias escolas médicas adotaram o chamado modelo flexneriano, também conhecido como tradicional. Ele é, em sua essência, individualista, com ênfase no médico especialista.
No Brasil, esse modelo americano só foi adotado a partir da Reforma Universitária de 1968 (Lei n.° 5.540/68), com dois ciclos, o básico (aulas de biologia, anatomia, fisiologia, histologia, fisiopatologia, genética, parasitologia) e o profissionalizante ou clínico (contato com pacientes em hospitais). Esse, então, é o método hoje mais difundido nas universidades de Medicina do país. De forma simplista, dizemos que os dois primeiros anos são a base teórica do curso; já os dois anos seguintes, a parte mais prática da medicina propriamente dita; e os dois últimos anos são o internato (ou estágio).
Nesse método, tradicional, predominam aulas teóricas, com ênfase na doença e no conhecimento fragmentado em disciplinas. O processo de ensino-aprendizagem é centrado no professor, em aulas expositivas e demonstrativas.
Para saber esta resposta, é preciso conhecer um pouco sobre como funciona a formação de um médico no Brasil. Em novembro de 2001, o Conselho Nacional de Educação, com homologação do MEC, divulgou as novas diretrizes curriculares do curso de Graduação em Medicina. A proposta prevê um médico com formação “generalista, humanista, crítica e reflexiva”.
Tais diretrizes estabelecem parâmetros para o projeto pedagógico do curso de Medicina. A proposta é de aprendizado centrado no aluno, com professor no papel de facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Essa proposta ganhou força ao longo de anos de discussão sobre o ensino da Medicina em diversos países.
Para se conhecer um pouco dessa história, até o século XV, o ensino na Europa era destinado aos religiosos. A separação entre religião e medicina veio com o Racionalismo, e, já no século XVIII, os hospitais passaram a ter fins terapêuticos. No século seguinte, chegavam ao Brasil os primeiros médicos, formados na Universidade de Coimbra, em Portugal. O primeiro curso de Medicina no país foi criado na Bahia em 1808, após a chegada da família imperial. Em seguida, surgiu a faculdade do Rio de Janeiro.
A necessidade de reforma curricular foi apontada pela primeira vez por Flexner, em 1910, nos Estados Unidos, e por Osler, em 1913, no Reino Unido. Desde então, várias escolas médicas adotaram o chamado modelo flexneriano, também conhecido como tradicional. Ele é, em sua essência, individualista, com ênfase no médico especialista.
No Brasil, esse modelo americano só foi adotado a partir da Reforma Universitária de 1968 (Lei n.° 5.540/68), com dois ciclos, o básico (aulas de biologia, anatomia, fisiologia, histologia, fisiopatologia, genética, parasitologia) e o profissionalizante ou clínico (contato com pacientes em hospitais). Esse, então, é o método hoje mais difundido nas universidades de Medicina do país. De forma simplista, dizemos que os dois primeiros anos são a base teórica do curso; já os dois anos seguintes, a parte mais prática da medicina propriamente dita; e os dois últimos anos são o internato (ou estágio).
Nesse método, tradicional, predominam aulas teóricas, com ênfase na doença e no conhecimento fragmentado em disciplinas. O processo de ensino-aprendizagem é centrado no professor, em aulas expositivas e demonstrativas.
Em busca de uma Medicina mais integrada e atualizada, duas novas abordagens surgiram: uma clínica, chamada Medicina Baseada em Evidências (MBE), e a outra, pedagógica, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP – em inglês, PBL, Problem-Based Learning).
O PBL foi implantado na Universidade de McMaster, no Canadá, em 1969, e se propagou para outras escolas e países, como a Universidade de Maastricht, na Holanda, e Harvard, nos Estados Unidos, dentre outras.
O PBL foi implantado na Universidade de McMaster, no Canadá, em 1969, e se propagou para outras escolas e países, como a Universidade de Maastricht, na Holanda, e Harvard, nos Estados Unidos, dentre outras.
No Brasil, a Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) foi pioneira na implantação deste método na América Latina, em 1997.
Hoje, também adotam o PBL no país os cursos de Medicina da Universidade Estadual de Londrina, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, da Universidade Estadual de Santa Cruz, da Universidade Estadual de Feira de Santana, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Em 2012, a Universidade do Estado de Mato Grosso deu inícios às aulas de Medicina com adesão à metodologia PBL.
No PBL, há um princípio teórico significativo: a autonomia. Por definição, é uma estratégia de ensino centrada no estudante, o qual assume o papel de agente responsável pela própria aprendizagem.
Nesse método, utilizado na UNEMAT, a estratégia central de educação baseia-se na discussão de situações-problema, elaboradas pelos docentes.
Na prática, os alunos, desde o primeiro semestre, aprendem discutindo casos clínicos. Não existe essa separação de ciclos. São teoria e prática integradas durante quatro anos, e internato nos últimos dois anos.
No curso de Medicina PBL na UNEMAT, não existem turmas grandes. Só entram 30 alunos por semestre, e a turma é dividida em três grupos de tutoria de 10 alunos cada, que discutem os tais casos clínicos. Esses grupos são rotativos e dinâmicos. Assim, o aluno tem muito mais facilidade em participar e interagir com colegas e professores. Essa prática ajuda pessoas mais tímidas a se expressarem e também possibilita desenvolver nos alunos o senso crítico e a habilidade de conversar, de aprender a falar e ouvir em grupo.
Além da tutoria, os alunos, desde o primeiro semestre, também são divididos em grupos e participam de atividades em postos de saúde (Estratégia Saúde da Família). Com o andamento do curso, grupos também são formados para os ambulatórios nos hospitais. Esses grupos são igualmente rotativos por semestre.
Essas atividades com os pacientes desde cedo faz o aluno perder, aos poucos, o medo da prática médica, mas, ao mesmo tempo, o obriga a estudar muito desde o primeiro semestre para não cometer erros. Ao final de quatro anos, o acadêmico já teve a oportunidade de familiarizar-se bem com procedimentos básicos da rotina médica e de desenvolver a habilidade de comunicação com os pacientes, um diferencial em relação a muitas faculdades tradicionais.
Há, ainda, atividades que reúnem os 30 alunos na mesma sala. Os acadêmicos da mesma turma estudam juntos em algumas disciplinas, como Farmacologia, Histologia, Anatomia, Patologia e outras.
Essas atividades com os pacientes desde cedo faz o aluno perder, aos poucos, o medo da prática médica, mas, ao mesmo tempo, o obriga a estudar muito desde o primeiro semestre para não cometer erros. Ao final de quatro anos, o acadêmico já teve a oportunidade de familiarizar-se bem com procedimentos básicos da rotina médica e de desenvolver a habilidade de comunicação com os pacientes, um diferencial em relação a muitas faculdades tradicionais.
Há, ainda, atividades que reúnem os 30 alunos na mesma sala. Os acadêmicos da mesma turma estudam juntos em algumas disciplinas, como Farmacologia, Histologia, Anatomia, Patologia e outras.
Ao final das disciplinas, faz-se a prova teórica. Apesar de as aulas não serem na maioria expositivas, como se está acostumado, ainda assim tem-se uma avaliação escrita como parâmetro de aprendizado.
Assim, é possível observar que o método PBL traz vantagens em relação ao modelo tradicional. Não foi à toa que McMaster, Maastricht e Harvard o adotaram. E hoje, algumas faculdades muito tradicionais também pensam em mudar o método ou já buscam implantar algumas práticas do PBL.
Dessa forma, o Curso de Graduação em Medicina da UNEMAT está na vanguarda do que há de mais moderno em metodologia de ensino médico. Porém, e a infraestrutura? Qual a situação da faculdade nesse aspecto?
Aí que entram as conquistas da greve. Você pode saber mais detalhes clicando aqui. Em resumo, das principais conquistas, o curso recebeu quase R$ 100 mil em livros de Medicina, que hoje estão na Biblioteca Central. O prédio do Curso tem wi-fi aberto para pesquisas. Os laboratórios contam com peças anatômicas humanas e sintéticas. Professores foram contratados e treinados na metodologia PBL. O prédio novo de laboratórios está sendo construído.

Estudando na UNEMAT, o aluno tem a possibilidade de intercâmbio e de mobilidade acadêmica. Um grupo de estudantes do curso tem se mobilizado para, em um futuro breve, adquirir conhecimento em outros países por meio da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA). Além disso, a própria UNEMAT fornece a opção de estudar um semestre em outra universidade do Brasil. Em 2016-1, foram ofertadas vagas para alunos de Medicina para a Universidade Estadual do Ceará e para a Universidade Estadual Paulista (UNESP).


Para quem gosta de esportes e de socialização, o Curso de Medicina conta com a Atlética Maldita – Associação Atlética Acadêmica Dr. Antônio Fontes (A.A.A.D.A.F), que promove festas, eventos, viagens e jogos de diversas modalidades, além de competições esportivas.
Com todos esses atrativos, tem-se a impressão de que não há contratempos. Isso não é verdade. Ainda existem disciplinas com dificuldade de contratação de professor. Além disso, a atuação dos alunos no hospital ainda não é plena, porém a regularização das atividades pendentes está em discussão com a Diretoria do Hospital Regional de Cáceres e há um esforço grande para que isso seja definido. Também, por ser uma metodologia ativa, exige-se intensa dedicação, proatividade e organização dos alunos, e nem todos conseguem se adaptar a não ter muitas aulas expositivas. Ainda, existe uma dificuldade inerente em relação à cidade de Cáceres, que não possui transporte público, tem opções limitadas de lazer e aluguel, e fica distante do aeroporto de Várzea Grande, cerca de 220 km, o que pode ser um obstáculo extra para alunos de outros estados do país.
Em resumo, no Curso de Medicina da UNEMAT, o ensino é público, de qualidade, com metodologia inovadora e utilizada em Harvard, com busca de uma infraestrutura cada vez melhor, alunos integrados, professores mais acessíveis, materiais novos, bonecos simuladores semelhantes aos de grandes faculdades, livros atualizados e oportunidades de pesquisa e extensão. Por outro lado, é um curso novo, com desafios, em uma cidade longe do grande centro e com limitações.
Assim, retomando a pergunta inicial: Vale a pena estudar Medicina na UNEMAT? A resposta depende do que é prioridade na vida de cada acadêmico. Porém, um fator é muito claro e não deve ser ignorado: independentemente de onde se estude, e por mais facilitadora que uma universidade possa ser, ou por mais tradição que tenha, quem faz a própria formação é o aluno
PARA SABER MAIS
Acesso o Manual do Calouro e descubra um pouco sobre a criação do Curso, o que são as Ligas Acadêmicas e Atlética e outras curiosidades da faculdade e da cidade, como opções de alimentação, moradia e hospedagem (Manual do calouro 2015-1 e Manual do calouro 2015-2).
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PARA SABER MAIS
Acesso o Manual do Calouro e descubra um pouco sobre a criação do Curso, o que são as Ligas Acadêmicas e Atlética e outras curiosidades da faculdade e da cidade, como opções de alimentação, moradia e hospedagem (Manual do calouro 2015-1 e Manual do calouro 2015-2).
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